DINHEIRO É BOM, MAS NÃO É TUDO
Eu vou narrar pra você
Nesta tão humilde história
O caso de dois compadres
Que não me sai da memória
Um confiava mais em Deus
E o outro nos teres seus
Vivendo enfim na vanglória.
1
Antônio e José de fato
Eram os nomes com certeza
Dos dois compadres e um dia
Seu Antônio com firmeza
Foi à casa de José
E ali com amor e fé
Deu conselhos de grandeza.
2
Antônio ao chegar a casa
Do seu compadre notou
A afeição do mesmo triste
Mas força em Deus o encontrou
E de modo bem jocoso
E também maravilhoso
Desse jeito assim falou
3
Bom dia muito bom dia
Ó meu compadre José
Não leve a mal mas me diga
Como que anda a sua fé
No filho do Deus benquisto
Nosso amado Jesus Cristo
Que nos sustenta de pé?
4
Compadre Antônio perdoe-me
Mas eu tenho que dizer
A minha fé em Jesus
Sempre foi para valer
Mas este ano eu plantei
Muito milho e não tirei
Nem um saco pra comer
5
Meu compadre eu tenho visto
Que o senhor ama demais
Bem mais que a Jesus Cristo
As coisas materiais
E me desculpe a franqueza
Mas nossa maior riqueza
São as espirituais
6
Compadre você se engana
Ao julgar-me enfim assim
Mas o homem sem dinheiro
E sem bem nenhum por fim
Está sim desprevenido
Ó meu compadre garrido
Pense bem mais nisto enfim.
7
Compadre Zé, na verdade,
O dinheiro é bom no entanto
Porém ele não é tudo
E não se engane portanto
Tem coisas que ele não faz
Digo-lhe de modo eficaz
E não vá tomar espanto.
8
Por você ser meu amigo
Vou respeitar sua fé
Mas o homem vale o que tem
E quem lhe diz é José
Um homem experiente
E que batalha evidente
Para sempre está de pé.
9
Compadre eu já vou embora
E digo mais uma vez
Cuidado muito cuidado
Com esta sua escassez
Da falta de fé meu amigo
Pois certamente eu te digo
Sem Deus tudo é pequenez.
10
Dito ali essas palavras
Seu Antônio sem demora
Partiu e um mês após
Já lhe digo sem enrola
Uma filha de José
Chamada de Nazaré
“Viu sua vida ir embora”.
11
Na verdade Nazaré
Fora diagnosticada
Com um câncer uterino
E ficou desesperada
Deixando é claro também
Dizer aqui me convém
Todos da família amada.
12
Seu José vendo a família
Passando tal aflição
Gastou tudo o que ele tinha
Porém não viu solução
Para curar sua filha
Todo o dinheiro em pilha
Não passou de ilusão
13
Seu Antônio comovido
Retornou-se novamente
A casa de seu José
E deu-lhe força evidente
Seu Zé já reconhecia
Que bens nenhum curaria
Sua filha certamente.
14
Foi quando ao compadre Antônio
Ele ali pediu chorando
Dizendo ó meu bom compadre
Já que você vem pregando
Que Deus cura qualquer mal
Por minha filha afinal
Já peço que vá orando.
15
Como bom amigo Antônio
Entrou logo em oração
Pedindo ao Papai do céu
De todo o seu coração
Para curar Nazaré
Deus honrou a sua fé
Dando a cura a moça então
16
E vendo a filha curada
Seu José pediu portanto
O perdão a seu Antônio
E ao Senhor Deus no entanto
E a parti daquele dia
Seu José sempre dizia
Ser Deus seu maior encanto.
17
E fica aqui um exemplo
De uma bela amizade
E que dinheiro não é
Maior na realidade
Do que o poder certamente
Do nosso Deus evidente
O Penhor da humanidade.
Poeta Pedro Viola
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