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23 de mar. de 2020

Cordel de Neide Germano - Educando sentimentos para combater o coronavírus





Educando sentimentos para combater o corona vírus  

Esse cordel foi criado
Para a todos despertar 
Ele fala de um viés 
Que pouco se ouviu falar
E livrá -los de um mal
Que pode até  lhes matar

Não duvide do poder
E da contaminação 
De um vírus poderoso 
Que se espalha pelo chão 
Pelas ruas da cidade
Pelo corpo e pela mão 

Se a mão pode espalhar 
Também pode combater 
Ao sair de casa veja
Os cuidados que vai ter
Todo zelo é  necessário 
Para se sobreviver 

Se puder ficar em casa
Você vai muito ajudar
A não espalhar o vírus 
Que também vai pelo ar
Evitará o contágio 
E não  vai contagiar

Com a tecnologia 
Você poderá contar
Pelas redes sociais
Você  não  vai se isolar
Conversando com  a família 
Quando a saudade apertar 

Saiba que a prevenção 
É  melhor que combater
O vírus é  perigoso 
Mas você  tem o poder
De manter- se afastado 
Para esse vírus morrer 

Se você  ficar em casa
Não  terá  tanto a fazer 
Mantendo a casa limpa
Um livro poderá  ler
Ficando mais informado
Edificando seu ser

Pra se autoconher 
E se a autoaceitar 
Conviver consigo mesmo
Aprender a se amar
Educando sentimentos 
No santuário do lar

Neide Germano (poeta e cantadora)

28 de nov. de 2017

Poesia de Neide Germano - Pernambucar é...


Pernambucar é...

O meu pernambucar não é estritamente geográfico
Nem foneticamente ortográfico
Embora excessivamente poético


O meu pernambucar 
Ta na pureza do meu canto
No meu modo de falar
De etimologia popular


O meu pernambucar está nos meus gestos
No meu jeito de ver a vida
Na espontaneidade dos meus versos


E é por isso que eu digo:
Pernambucano não se exibe se amostra
Não se atreve se enxire
Não manda beijo, manda xero com “x”


Pernambucano não se apressa se avexa
Não fica zangado, fica arretado
Não canta música, canta meludia


Pernambucano não faz show, faz espetáculo
Quando não verseja, faz prosa
Quando não prosa, anedota
Quando não anedota, palestra


Pernambucar é ...
Adocicar o imperativo
Substantivar o adjetivo
É transformar o substantivo em verbo


Pernambucar é assim:
Eu Pernambuco
Tu pernambucas
Nós pernambucamos...


4 de jun. de 2015

Poesia de Neide Germano - Alma Linda do Meu Ser


Alma Linda do Meu Ser


Quando tua alma vibrante
A minha fez perceber
Descobrimos nesse instante
Ao que viemos de ser

Quando enfim demos as mãos
E nossos olhos se olharam
Nossas almas se entenderam
E de esperança cantaram

Rejúbilos gloriosos no céu
De hosanas e aleluias
Quem dera os olhos meus
Alcançassem as alturas

Eu que caminhava errante
Nas duras plagas que andei
Com meu grito ressonante
Quando te vi levitei

Mas meu coração decerto
Nunca consegui conter
Ao te conhecer de perto
Alma linda do meu ser

Neide Germano


25 de mar. de 2012

Poesia de Neide Germano


DESEJO

Quero te conhecer profundamente
Quem és tu?
De onde vens?
Para onde vás?
A que vieste?
O que te move a alma?

Quero te amar ao luar
E no berço da relva molhada
Embrenhar-me nas dunas
Dos teus pensamentos

Fazer cambalhotas
Nos teus labirintos mentais
Dançar na areia molhada
Ao som das rodas ao vento
O sonho inebriante dos reles mortais

Neide Germano

6 de mar. de 2012

Poesia de Neide Germano

 JOSÉ, JOÃO E SUAS DOZE MARIAS  

Todo mundo já foi mulher na vida
Nessa vida ou em outra encarnação
Todo mundo já foi Maria um dia
Hoje eu sou a Maria do João

O José acorda pra trabalhar
A Maria prepara o café
Todo mundo tem história pra contar
Vou contar a história do José

O José é filho de uma Maria
Que se chama Maria do Bom Parto
Que é mãe de suas nove Marias
Todas elas nascidas num só quarto

A da Penha, a das Graças, a da Cruz
A Judite, a Gertrudes, a Socorro
Mariana, a Luiza e a de Jesus
Todas elas bem quistas pelo povo

Todo mundo já foi mulher na vida
Nessa vida ou em outra encarnação
Todo mundo já foi Maria um dia
Hoje eu sou a Maria do João

Vou contar um pouquinho da minha história
Que pra muitos não é mais novidade
Meu nome de batismo é Maria
Meu segundo nome é Soledade

Sou filha de Maria Anunciada
Fui criada no tempo da coalhada
Cada um é criado como pode
Mulé macha valente de bigode

O João é um cabra pirangueiro
Quando dorme apaga o candeeiro
Disse que não precisava estudar
Para ler e escrever o bê-á-bá

Todo mundo já foi mulher na vida
Nessa vida ou em outra encarnação
Todo mundo já foi Maria um dia
Hoje eu sou a Maria do João


Neide Germano

19 de jan. de 2012

Poesia de Neide Germano


ENCONTRO DO SER

Eu não sou daqui
Vim te procurar
Vim de muito longe
D’algum lugar
Onde o sonho é realidade
Onde o amor caminha na verdade
Onde a vida vive o apogeu

Você não me vê
Eu sou mais um ser
Que busca ao longe
Aonde se ver
Que caminha no horizonte
Onde terras tão distantes
Escapam do teu olhar

Olhe pra você
Vai me conhecer
Quando se encontrar, se reconhecer
No amor que sai centelha
No brilho de uma estrela
Que eclodiu na escuridão

Somos incomuns
Somos só mais uns
Imantados nesta aurora
Refletindo o ser nesse campo astral
Na galáxia ar boreal
Que caminha no horizonte
Onde terras tão distantes
Escapam do teu olhar

Ninguém está só na imensidão
Alguém vibra com você
É a Lei Divina da atração
Que uniu eu e você
Na unificação do ser

Neide Germano

Poesia de Neide Germano


AFRICANDESTINAMENTE

Já calei o meu pranto
Nas lambadas que não eram músicas frenéticas
de rodopiar no salão
Mas advindas dos chicotes das mãos
De impiedosos bem-feitores.
Quando fugíamos às sombras
Que seguiam o crepúsculo
Éramos frequentemente captados
Pelos jagunços que nos libambeavam
Até o tronco
Mas o nosso espírito guerreiro, brincalhão e zombeteiro
Não se calou nunca
Da organização da Casa-grande
Ao mafuá da senzala
Nada escapou às nossas mãos calejadas e doridas
Da marcha lenta e pesada do massapé
Surgiu o coco, o jongo, o afoxé
O maracatu, o samba de roda
O lundu, o maxixe, a capoeira, o maculelê...
Ao sabor dos quitutes de Iaiá
E ao som dos tambores, ganzás, reco-recos,
Agogôs, cuícas, caxixis, alfaias
E outros tantos filhos d’Angola
Essa terra banhada pelo Atlântico
Que fica do lado de lá.

Neide Germano

11 de jan. de 2012

Poesia de Neide Germano


TENHO SEDE...

Tenho sede de viver
De correr atrás dos sonhos
De cantarolar com os pássaros
De correr para os teus braços
De dizer o quanto eu amo a vida

Tenho sede de acordar de manhãzinha
Garimpar o meu roçado
De alegrias e letrinhas
De falar aos quatro ventos
O quanto eu sou feliz

Tenho sede de dar uma boa gargalhada
Com piada ou sem piada
De correr na areia molhada
De dar umas cambalhotas
Nas dunas do meu pensamento

Tenho sede de acordar de madrugada
E quando tudo parecer uma roubada
Escrever belos poemas
De amor, de flores, de nada
Pela beleza do momento

Tenho sede de amar
Sorrir, cantar, silenciar
Vislumbrar, dormir, correr, chorar
Tenho sede de viver intensamente
E fazer da vida um eterno presente

Neide Germano

13 de dez. de 2011

Poesia de Neide Germano


Negra Menina

O que me faz negra menina
não é melanina
esta fui perdendo aos poucos
com a miscigenação

o que me faz negra menina
está na batucada que sai do meu peito
bombeando o meu sangue rubro
que é negro como os meus ancestrais

o que me faz negras menina
está no meu ácido desoxirribonucleico
no chão batido dos cocos da vida
no batuque do maracatu

bum-bum-ba-ti-bum-bum
bu-bum-ba-ti-bum-bum

bom é ter muitos amigos
e passear por todas as tribos!
salve a miscigenação afrobrasileira!

Neide Germano

Poema de Neide Germano


Canção do Meu Amor

Meu amor
É uma canção de amor
que não desabrochou
como uma flor no campo

meu papel
de velho amarelou
atirei-o no chão
depois me derramei inteiro

meu amor
não quis virar canção
mas o meu coração
o obrigou a sê-lo

e chorei
como se fosse em vão
eu dei meu coração
e ainda queria tê-lo.

Neide Germano

Poema vencedor de um concurso promovido pelo sind dos prof de Olinda

6 de dez. de 2011

Poesia de Neide Germano


Ser gentileza


Meu amigo não invente uma desculpa
Que isso é de natureza ininterrupta
E não merece uma solução abrupta
                                                                                                                        

Quem tem ouvidos de ouvir que ouça
Quem tem olhos de ver que veja
Quem tem disposição que faça
Quem tem um coração que assim seja


Que tem de ser medido, medido, medido
Que tem de ser pensado, pensado, pensado
Que tem de ser cumprido, cumprido, cumprido
Que tem de ser plantado para ser colhido


Para ser gentileza e não ser gente lesa
Para ser gentileza e não lesar a gente
Para ser gentileza sempre

 Neide Germano