OLINDA LOUVADA SEJA
(poesia de Margarett Leite)
VIII ANTOLOGIA DASOCIEDADE DOS POETAS VIVOS DE OLINDA
pag 62. editora babecco, 2010
Olinda cidade louvada
Por poetas e artistas mil
Tens em teu canto
O encanto da aurora do Brasil
Se hoje te rimo em versos
É por saber- te a primeira,
Entre outras centenárias
Tua brisa que balança
Os archotes da esperança
De te ver eternizada.
Em meus pequenos versos
Não posso rimar o afeto
Que me vi contaminada
De beleza natural
Tu és a capital
Do país da devoção
Desfilam em tuas ladeiras
Qual madeixas brasileiras
Os ritos, de crenças irmãs
Vindas da África fortalecida
Pela Virgem do Rosário
Nos rufares dos tambores
Também sinto contigo as dores
Dos negros e dos foragidos
E por cantar-te inteira
Canto-te a rima primeira
Da Rua 13 de maio.
Em homenagem singela
Não as damas das janelas
Mas aos negros teus queridos
Que desciam em banguelas
Trazendo em suas costelas
Os tigres, de líquidos fervidos
E só por pura bondade, gritavam
Com toda vontade:
Corram! Saiam. Não se sujem!
Neste líquido que me queima
Não ouso querer o mesmo
Para os brancos meus patrões.
Mas não posso negar de honrar aos fidalgos
Que te permeiam, nas memórias da cidade
São Bernardos e Sigismundos, são outros
Que força ,nos deram,
Por seus feitos renomados
Em vitórias se tornaram,
E o povo, os louvaram
Com ruas e logradouros
Sem esquecer, contudo os Mouros
Com seus usos e costumes
As belas casas, de treliça enfeitaram
Molhando suas varandas
Com as lágrimas das suas damas
Que sendo belas e pacatas
Para protegê-las as cercaram.
Eu te canto hoje Olinda
Teu encanto tão perene
São as ladeiras lotadas
São as pedras das calçadas
Que são eternizadas
Nas rimas de trovadores
De poetas e cantores
Que te fazem sempre festa.
Olinda de minha gente
Que por pensar-te tão quente
Na rua do sol terminam
Na frevança mais ardente
Que sobe toda contente
E nos quatro cantos anima.
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