Chuva da noite
Carlos gaiza
A chuva despenca de repente
sobre a telha de capa
e escorre pela telha de biqueira,
lá na extremidade goteja
ligeiramente.
E aí se escuta o seu pingar,
que relaxa até os dentes.
Como é gostosa
a voz relaxante da chuva;
o barulho de água corrente
na escuridão da noite,
que amorna nossa mente
Como é bom,
quando estou na minha casa de
concreto
e o barulho da chuva vai aumentando
e me provoca afrouxamento da tensão.
E tranquilo eu vou ficando.
Ah! Mas no final da rua
tem goteira na lata;
tem chuvisco na cara;
tem lençol molhado;
tem fedor pra todo lado;
tem frio que apoquenta;
tem medo do bicho;
tem falta de sono;
tem “samboco” na parede;
tem barriga doendo;
tem poeira molhada;
tem choro sem vela;
tem pintura mofada.
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