MEU
ANJO
Vês, meu Anjo!
Meu escarnecimento é afogado de Ingratidão
O enterro embrionário de minha vida Tétrica
Foi tomado de Quimera
Esta pantera que é em mim
A intimidade desnuda de minha própria
figura
Imunda de Lama fétida
Sou fera miserável
Que antes de morrer
Quer – também – matar no outro
Todos os sonhos de querer
Beijei-lhe a boca, meu Anjo
Com meu escarro
Afaguei-lhe a duas faces
Com a pedra cortante na mão
Para não esperar
A véspera
Pois esta
Muito tarda
(Em homenagem ao aniversário do poeta Augusto dos Anjos - 20/04/1884 a 12/11/1913)
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