Lá no império, a cá na colônia
Carlos gaiza
Naquela rua movimentada, um prédio;
Nele, um homem, lá em cima, lá longe
Na janela pequena.
Tão sozinho;
A olhar para o infinito da cidade.
Ninguém olha pra ele, só eu; em extirpar-lhe
as entranhas
E rasgar a sua alma; nem para exemplo
ele serve.
Ele vê todo mundo,
Não sabe quem é quem.
A vida se vai levando e se esvaindo
Aos trancos e barrancos,
Sem nada e sem tudo,
Sem amor, sem ser amado,
Só uma esperançinha
La no escurinho do fundo do poço;
Já queimada e reusada.
O táxi não é para quem quer,
Nem mesmo lá no império do norte.
Nada de reflexão.
Não há tempo para isso.
Nunca se junta dinheiro.
E nada sobrou.
O que fazer?
Nada de novo no mar de nada.
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