16 de out. de 2011

Poesia de Valter Fernandes


Um olhar para os famintos

Como posso ser chamado de ser humano
Se meu irmão está morrendo de fome mundo a fora?
Como posso ser chamado de gente
Se não sou capaz de atender a um pedido desesperado
Se o bicho no lixo é um homem
Que devora a comida encontrada?
Estrago comida,
Promovo a guerra,
Esbaldo-me em orgias.
Tapo os ouvidos para não ouvir,
Fecho os olhos para não ver,
Calo-me diante do sofrimento,
Faço de conta que está tudo bem...
Tenho sono tranquilo
Meu irmão, não é problema meu.
-E de quem será?
Que espécie de homem sou eu, és tu, somos nós?
A vida cobra da vida, ação e justiça,
Amor e fraternidade,
Consciência e igualdade.

Valter Fernandes
06/10/2011

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