CAFUNDÓ
Nos becos estreitos de ar sombrio
Barracos em madeira, tetos de zinco
Por vidas inteiras, seguidas afinco
Olhar de esperança, frio e brio
Crianças que brincam pura inocência
Num chão batido, poeira cinzenta
Chora o menino, a mãe alimenta
A pobreza insiste, faz referência
Dos cafundós da vida, passam gente
Passam vidas, meses, dias simplesmente
Rudimentos que mantêm na essência
Em meio á violência, espalmam o jaz
Das entranhas que emanam clemência
Das esquinas que clamam a paz
Luciene B. Gomes – Luca-bg
Soneto Publicado em 2010, da coletânea
100 SONETOS PERNAMBUCANOS VOL. 01
EDITORA BABECCO
Um comentário:
Bela poesia...lirísmo puro.PARABÉNS!
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