CRUZ
Risca-se os céus com um fulgurante rasto dourado de fogo-sabedoria, como emblema vertical e horizontal.
Cobrem-se as águas com a efevercência salutar de luz, cor e fulgor.
Com o fogo e a água construo o que se mostra na terra a quem vê.
A chave mestra da morte e da vida, traçada com pés descalços e os sentidos fixos no ar.
E em teus ombros leves, carregas enaltecido e grato, o peso da tua liberação.
Quem quiser me seguir, que largue a altivez opaca e traga nos ombros os quatro elementos.
Quem quiser ser feliz, que deixe sua pobreza temporal e leve sobre si as quatro estações.
A quem me acompanhar, deixe para trás os reclamos insalubres e ponha nas costas os quatro pontos cardeais.
Quem ao meu lado for, que tire de si o peso da farsa mortal e ponha sobre si as quatro grandezas humanas.
E diante do grande portal, se deixe cair nos braços do incomensurável.
Como um touro cansado; uma serpente ferida, um leão aflito, uma águia faminta.
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Um comentário:
Parabéns pela sua visão das coisas.Lindo poema!
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