1 de abr. de 2008

NEYDE FALCÃO - SAUDADES


VERDES SONHOS ANTIGOS


Hoje, quem sonhará meus verdes sonhos?
Os segredos lembrados duma mente,
morreram no poente os mais risonhos
nascidos de manha, dos raios quentes.

Os não realizados são estranhos
vagam por aí inúteis e dementes
carregados de sombras, tão medonhos
qual aborto, lembrados vagamente.

Entardece seu tempo por inteiro
no último divagar cancioneiro
por sob as nuvens frias, só, ele vai.

Ó castelos antigos, passageiros
da luz de luas, sóis os derradeiros,
na outonal estação, despe-se e cai.

Olinda, set/2000


Neyde Falcão

(In Memória)

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