17 de ago. de 2007

Aurélio Farias - Saudades!


O RIO

Sou rio de tantos braços
Dos meus muitos afluentes.
Corro pra um mar de sargaços
Meandrando as minhas correntes.

Sou, às vezes, claras águas
Ternos mergulhos de amor.
Às vezes sou fundas mágoas,
Muitas enchentes de dor.

Nos meandros do meu leito
Canto e choro sem engano,
Grite e ria embora o peito
Represando um oceano.

Rolam em mim devaneios
De crianças inocentes,
Também se afogam anseios
De jovens tão já descrentes.

Abraçam sonhos e flores
Minhas margens de incertezas.
Levam ilusões e amores
Minhas turvas correntezas.

Ando e corro e me desvio
Do meu rumo tão a esmo,
E deságuo, tão vazio,
No oceano de mim mesmo.
...
Aurélio Farias
(In Memória)

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pela iniciativa!Estarei divulgando o blogger nas próximas edições do "De Cara Com a Poesia.
Enquanto isso, mando um poema inédito do meu próximo livro:

D N A

Ligo o radinho de pilha
e surgem figuras no meio da sala.
Elas pulam e dançam
se misturando pra formar um verso.

Um batuque azougado
e eu na África
caçando palavras com uma lança
e um pensamento pendurado
no inconsciente coletivo.

M A L U N G O junho/2007

contabilidade disse...

Com alegria e saudades deixo uma pequena mensagem ao meu pai José Aurélio Farias e a todos que
postaram esta homenagem:

A saudade é um sentimento que nos faz esquecer toda mágoa e sentimento de culpa ou de erro. A saudade nos traz a vida que foi vivida com tanto sacrifício, dor, tristeza e amor. Mas a saudade nos deixa recordações que apenas o amor faz superar o amor de uma pai e de um filho. Agradeço ao meu Senhor Jesus Cristo que nos bons e ruins momentos da vida me fez enxergar o amor mais sublime que um ser humano tem ao seu próximo: Amar e perdoar!

Deus nos abençoe.
Rilke Aurélio