23 de jul. de 2011

Poesia de Felipe Júnior


MÃE DO REPENTE

Ao poder público que diz fazer a cultura de
São José do Egito/PE

São José do Egito já que dizes
Que tu és este berço que acalenta,
Escutai, pois meu verso representa,
Os teus filhos, poetas infelizes,
Que carregam consigo as cicatrizes
De viverem distantes do torrão,
Mas que sofrem a mesma rejeição
Pela mãe que não vê o filho ausente.
Pra que mesmo ser Berço do Repente
Se não vês nem sequer nossa aflição?

Se nós somos teus filhos prediletos
Que levamos teu nome para o mundo,
É porque nosso amor – que é tão profundo,
Cada dia refaz nossos projetos.
Nós falamos os mesmos dialetos
Do matuto, guerreiro do sertão;
Da mulher que prepara arroz, feijão;
Da criança que corre em disparada,
Só pra ver nossa terra tão amada
Mais pertinho do nosso coração.

Se de fato não há quem o aceite,
Este filho terá um futuro inglório...
Olhe mais pra Felipe, pra Gregório,
Pra Marquinhos, Pirraia, Gilmar Leite.
Desta forma verás que o teu deleite
Será mais que uma mãe que ama o filho
Que quer vê-lo brilhar com o mesmo brilho,
Caminhando nos trilhos dos poetas
E assim sendo, faremos nossas metas
Em sentido fiel para este trilho.

Mas se acaso quiseres algum dia
Dar valor a riqueza que tu tens,
Nós iremos mostrar os nossos bens
Através de cultura e de poesia.
Vou juntar os teus filhos co’alegria
E fazer uma festa em nosso lar,
Para que todos possam recitar
E mostrar para ti o bem querer
Desta forma, mãe bela, tu vais ver
Que a cultura jamais vai se acabar!

Felipe Júnior
Em 16 de julho de 2011

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