9 de fev. de 2014

Poesia de Pedro Cáceres - Fordismo

Fordismo

Quero reclamar minhas posses
Dia após dia sou esvaziado de mim
Recipiente desnudo de anima
 
Nu em solo estéril
Taxado por versos líricos
Nos oceanos papíricos de Biblos
 
O avesso do Ser
Em apneia[1] forçada
Sou sombra das sombras do passado
Que pronunciou: “nunca mais...”
 
Afogado no Mar de Aral
Subtraído  dividido  subdividido
Sou para sempre experiência
Nunca relação
 
Sou apenas o ISSO de Martin Buber[2]
Sou a coisa da coisificação
Na esteira frenética
De Henri Ford


[1] Filósofo, escritor e pedagogo, judeu de origem austríaca.
[2] Ausência de respiração.

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