7 de set. de 2013

Poesia de Carlos Gaiza - Chuva da noite


Chuva da noite
Carlos gaiza

A chuva despenca de repente
sobre a telha de capa
e escorre pela telha de biqueira,
lá na extremidade goteja ligeiramente.
E aí se escuta o seu pingar,
que relaxa até os dentes.

Como é gostosa
a voz relaxante da chuva;
o barulho de água corrente
na escuridão da noite,
que amorna nossa mente

Como é bom,
quando estou na minha casa de concreto
e o barulho da chuva vai aumentando
e me provoca afrouxamento da tensão.
E tranquilo eu vou ficando.

Ah! Mas no final da rua
tem goteira na lata;
tem chuvisco na cara;
tem lençol molhado;
tem fedor pra todo lado;
tem frio que apoquenta;
tem medo do bicho;
tem falta de sono;
tem “samboco” na parede;
tem barriga doendo;
tem poeira molhada;
tem choro sem vela;
tem pintura mofada.

Nenhum comentário: