Ele
Ele, o homem, só se reconhece
extravagante
Da sua consciência, quando vê
outro
Sem um braço, ou sem uma perna,
de repente,
Este, trabalhando e contente.
Aí, talvez, dói um pouco.
O arrependimento chega e crava
um punhal
No seu estômago e fere à sua
alma.
A dor não sangra, mas a
consciência
Derrama lágrimas de sangue.
Logo esquece,
E volta sua ética feita de
valores e de aglomerados,
Sem açúcar e sem sal.
Quando tal momento tão bom voltará
de novo?
Para se sentir tão bem. Nunca,
talvez, jamais.
Aonde ele estará agora?
Perdido? Escondido?
Com fome? Sabe deus. Mas vez
por outra ele aparece
E os malandros de plantão
começam a salivar
Para degustar dele. Que ele, o
homem se aproxima
Da sua missão de ser imolado
pelas entranhas
E não sobrar nada. Nada mais.
Carlos gaiza
Nenhum comentário:
Postar um comentário